Medalha Rui Barbosa

Cléa Carpi
Agraciada no dia 30 de Novembro de 2017 na gestão de Claudio Lamachia

Natural de Guaporé - RS, Cléa Anna Maria Carpi da Rocha é uma das pioneiras da participação da mulher advogada na OAB. Atuante na política estudantil, foi, em 1959, Presidente do Centro Acadêmico André da Rocha, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, e Vice-Presidente da União Estadual de Estudantes, antes de bacharelar-se pela Faculdade de Direito da referida universidade, quando iniciou uma profícua carreira como advogada defensora dos direitos humanos e das causas femininas.

Em 1989, foi a primeira mulher a ser eleita Presidente da OAB/RS e a terceira a dirigir uma Seccional no Brasil. À frente da Ordem gaúcha, Cléa Carpi foi convidada pelo então Presidente Nacional da OAB, Márcio Thomaz Bastos, para saudar, em nome da advocacia brasileira, o Ministro José Néri da Silveira na cerimônia de sua posse como Presidente do Supremo Tribunal Federal. Recebeu, em 1993, a Comenda Oswaldo Vergara, a mais importante distinção concedida pela Seccional do Rio Grande do Sul, pelos serviços prestados à Ordem e à Classe.

Procuradora Federal aposentada, exerce atualmente o sexto mandato como Conselheira Federal da OAB, compondo a Delegação do Rio Grande do Sul a partir de 1993. Escreveu definitivamente seu nome nos anais da Instituição ao ser a primeira mulher eleita para exercer o cargo de Secretária-Geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, entre 2007/2010. Foi também a primeira advogada a assumir a Presidência da Entidade, o que fez em duas oportunidades, por disposição regulamentar, substituindo o Presidente Cezar Britto, além de ocupar a Vice-Presidência da Comissão Nacional de Relações Internacionais em três triênios subsequentes, a partir de 2010.

Preside a Comissão Especial de Defesa do Quinto Constitucional e Aprimoramento da Justiça do Conselho Federal desde 2007 e participa ativamente do Colégio de Advogados do Mercosul – COADEM.

Membro do Conselho Superior do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, do qual recebeu, em 2016, a Medalha Clóvis Veríssimo do Couto e Silva, como expressão do reconhecimento pelos serviços prestados ajudando a construir e desenvolver a Instituição, e Conselheira Honorária do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – RS, integrou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – Ministério da Justiça e da Cidadania, na gestão de Herilda Balduíno de Sousa (1993-1995).

Cléa Carpi construiu uma sólida trajetória na luta pelo espaço feminino na OAB e na área jurídica. Em virtude de sua relevante contribuição em defesa dos direitos humanos e da mulher, foi agraciada com o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, em sessão solene do Congresso Nacional, no ano de 2009.

No âmbito internacional, foi Presidente da Associação Americana de Juristas (AAJ), organização não governamental com estatuto consultivo no Conselho Econômico e Social da ONU.

Integrou o Comitê Nacional para a preparação da participação do Brasil na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (ONU – Cairo, 1994), na IV Conferência Mundial da Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz (ONU – Beijing, 1995) e na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social (ONU – Copenhague, 1995).

Participou como Delegada Oficial do Brasil na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (ONU – Cairo, 1994) e na VI Conferência Regional sobre a Integração da Mulher no Desenvolvimento Econômico e Social da América Latina e do Caribe (CEPAL – Mar del Plata, 1994). Como Observadora da Associação Americana de Juristas, participou, entre outros eventos, da IV Conferência Mundial da Mulher: Igualdade, Desenvolvimento e Paz (ONU – Beijing, 1995), da II Conferência Mundial da ONU/Habitat – Assentamentos Humanos (Istambul, 2006), da Conferência Internacional da FAO (ONU – Roma, 1995), da Conferência de Roma de 1998, quando representantes de 120 países aprovaram o estatuto de criação de um Tribunal Penal Internacional Permanente, com sede em Haia, e das sessões da Organização Internacional do Trabalho que aprovaram a Convenção sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil (Genebra, 1998 e 1999). Fez parte do Grupo de Juristas convidados pela Liga dos Advogados Árabes e pela Associação Internacional dos Juristas Democráticos que examinou a situação dos presos políticos palestinos (Cairo, 2002) e atuou como Observadora Eleitoral Internacional na condição de Presidente da Associação Americana de Juristas para acompanhar e avaliar o processo revogatório do Presidente da República da Venezuela em 2004. Também foi Presidente do Tribunal pela Soberania Alimentar – juízo contra o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – no Fórum Social das Américas (Quito, 2004).

Cléa Carpi continua atuando como advogada, expositora, conferencista e observadora em inúmeros congressos e seminários nacionais e internacionais.