Seccionais solidarizam-se com OAB-RJ por explosão de bomba
Brasília – Várias Seccionais se solidarizaram com o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, e o conselheiro federal Wadih Damous, ex-presidente da Seccional e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos, após a explosão de um rojão em um dos andares da sede da Seccional. A explosão levou à evacuação do prédio na tarde desta quinta-feira (07). Ninguém ficou ferido. Dois outros artefatos semelhantes foram encontrados pelo Esquadrão Antibombas e Corpo de Bombeiros na escada que liga o 8º ao 9º andar da sede da OAB fluminense. Segundo os agentes, a ação tinha, aparentemente, o objetivo de assustar.
A OAB capixaba emitiu nota de solidariedade à OAB-RJ afirmando que a Seccional fluminense se destacou na luta pela defesa dos direitos humanos e no combate aos desmandos perpetrados pela ditadura militar. A entidade classificou a ameaça com uma tentativa de intimidação que não surtirá efeito. “Se nos períodos mais difíceis da história do Brasil a advocacia brasileira não se curvou, não será agora que se intimidará, e prosseguirá na busca da reconstrução histórica do que ocorreu no período ditatorial, o que se dará através das Comissões da Verdade, na luta pelos direitos humanos e pela construção de uma sociedade verdadeiramente democrática”, afirmou por meio da nota o presidente da OAB capixaba, Homero Junger Mafra.
Também a OAB do Pará emitiu nota após o ocorrido, afirmando que ações como esta estão longe de intimidar a classe advocatícia e reafirmando a missão histórica dos advogados na defesa intransigente das prerrogativas, do livre exercício profissional e, sobretudo, da vida. “Certos de que as autoridades competentes abrirão os procedimentos cabíveis para apuração de tais fatos e, posterior punição exemplar dos responsáveis por esta ação nociva ao Estado Democrático de Direito, esta Seccional paraense se coloca à disposição para o que for necessário”, afirmou no documento Jarbas Vasconcelos, presidente da OAB paraense.
O presidente da Seccional da OAB de Pernambuco, Pedro Henrique Reynaldo Alves, lamentou o ocorrido e defendeu investigações rápidas. “Esperamos que a questão seja esclarecida e os responsáveis devidamente punidos”.
O presidente da Seccional paulista da OAB, Marcos da Costa, lembrou que, no passado, a OAB foi vítima de um ato de força, quando a sede do Conselho Federal, à época instalada no Rio de Janeiro, foi alvo de um explosivo que vitimou a secretária da presidência, Lyda Monteiro da Silva. “Foi um crime bárbaro, ainda sem punição. É importante saber que a classe está unida, solidária aos colegas do Rio de Janeiro e que os advogados não se intimidam diante de qualquer tipo de ameaça”, disse Marcos da Costa.
Também o presidente da OAB goiana, Henrique Tibúrcio, afirmou que a explosão da bomba é um atentado contra toda a advocacia brasileira, que tem um histórico de lutas pela sociedade e pelo país. Tibúrcio disse, ainda, que espera que as denúncias de que o atentado foi uma tentativa de intimidação aos trabalhos da Comissão da Verdade não sejam confirmadas.