OAB faz minuto de silêncio pela perda de Paulo Brossard

domingo, 12 de abril de 2015 às 03:15

Brasília - O Conselho Pleno da OAB Nacional, reunido neste domingo (12), em Brasília, prestou homenagem ao jurista Paulo Brossard de Souza Pinto, falecido na manhã de hoje, em Porto Alegre-RS, aos 90 anos de idade. Na ocasião também foi aprovada uma moção de pesar aos familiares.

“Trata-se de uma grande perda para toda a advocacia brasileira. Brossard, além de um advogado brilhante, honrou a advocacia enquanto atuou na vida pública da nação”, destacou o presidente Marcus Vinicius Furtado Coêlho.

O vice-presidente da entidade e ex-presidente da OAB-RS, Claudio Lamachia, destacou que além da irreparável perda para o Brasil e para a sociedade, a advocacia está de luto pelo passamento de um grande advogado e homem público que sempre dignificou a advocacia com sua atuação profissional. Brossard deixa um legado jurídico e político de muita dignidade. Lamachia registrou também que “o momento é de grande perda pessoal e familiar, pela histórica amizade que sempre tivemos”. Lamachia deixou a sessão do Pleno e seguiu para Porto Alegre para acompanhar os atos fúnebres.

O conselheiro federal pela OAB-RS, Renato da Costa Figueira, prestou uma emocionada homenagem ao colega advogado, que fora seu professor. “Para falar sobre Brossard é necessário o tempo de uma solenidade, tamanha a sua contribuição para a advocacia e para a sociedade brasileira. Sua vida pública é um exemplo a ser seguido”, afirmou Figueira.

O advogado e o homem público

Advogado formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1947, foi eleito deputado federal em 1954, sendo reeleito por mais duas ocasiões. Em 1964 foi secretário de Justiça do Rio Grande do Sul.

Em 1974, é eleito ao Senado. Em seu primeiro discurso enfrentou os militares: "Fui eleito por oito anos, no entanto, meu mandato pode durar oito meses". Parou, olhou para os lados, para cima, para baixo e continuou: "Ou oito semanas". E repetiu o mesmo gesto, como quem diz: alguém objeta, alguém quer um aparte? E seguiu: "Ou oito dias, ou oito horas.

Mas enquanto estiver aqui, não pedirei licença a ninguém para dizer aquilo que entendo que deva dizer. Entenderam?"
Em 1985 atuou como consultor-geral da República, integrando a comissão que elaborou o anteprojeto constitucional que servirá de subsídio à Assembleia Constituinte. No ano seguinte é convidado para o cargo de ministro da Justiça e em 1989 é indicado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

Em 1994 retorna à Porto Alegre e à advocacia, mantendo-se constantemente presente aos acontecimentos políticos nacionais, atuando como articulista frequente dos principais jornais do país.