OAB sedia Congresso Internacional sobre Direito do Agronegócio com centenas de participantes
Brasília – A OAB Nacional sediou nesta terça-feira (22) o Congresso Internacional sobre Direito do Agronegócio, realizado pela Escola Nacional da Advocacia e a Comissão Nacional de Direitos Internacionais. O evento reuniu especialistas da área para tratar de assuntos diversos, marcando também o lançamento do curso de extensão da ENA sobre o tema, em parceira com a Escola Superior Internacional do Agronegócio.
Em seu discurso de abertura, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, exaltou a importância do encontro, destacando a necessidade de os operadores do direito se atualizarem e especializarem, trazendo mais segurança jurídica às relações sociais e econômicas. “Na atual conjuntura mundial, a necessidade de observância da legislação aplicável ao agronegócio é um grande desafio para as empresas. A busca por consultoria jurídica é não apenas aconselhável, mas, frequentemente, imperativa para empreendedores e investidores, dada a grande variedade de normas, nacionais e internacionais, a que devem submeter-se”, afirmou.
A mesa de abertura contou com as presenças do membro honorário vitalício da OAB Marcus Vinicius Furtado Coêlho; José Alberto Simonetti Cabral, diretor-geral da ENA; os senadores Ana Amélia Lemos e Álvaro Dias; o deputado federal Lázaro Botelho; o secretário-geral da OAB, Felipe Sarmento; a presidente da OAB-AL, Fernanda Marinela; o presidente da Concad, Ricardo Peres; Esdras Dantas, conselheiro do CNMP; Antônio Augusto de Souza Coelho, presidente da Comissão de Direito Agrário da OAB-SP; Carolina Petrarca, conselheira federal da OAB; e Wilfrido Marques, presidente da Escola Superior do Agronegócio Internacional.
Lamachia explicou que o tema do agronegócio é bastante diverso, abarcando ampla gama de assuntos, tais como a regulamentação do uso da terra, a legislação ambiental e trabalhista, o sistema financeiro internacional, a política externa, a propriedade intelectual, entre tantas outras matérias de grande repercussão nacional e internacional. No caso brasileiro, disse, é ainda mais proeminente o debate, pois trata-se de um dos pilares da economia do país.
“O Brasil destaca-se globalmente como produtor agrícola, atingindo níveis de excelência técnica e empresarial que deveriam ser replicados em outros setores produtivos. Todavia, é preciso reconhecer também a existência de desafios substanciais, como, por exemplo, a necessária atualização legislativa; a sustentabilidade ambiental; as instabilidades econômicas, entre tantos outros não apenas de ordem jurídica, mas também social, financeira, logística”, explicou.
Para Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da Comissão de Relações Internacionais, a realização do Congresso teve como objetivo a difusão do conhecimento sobre o tema do agronegócio, assim como unir a advocacia brasileira que atua na área. “Somos um celeiro do mundo, cerca de 35% do nosso PIB vem do agronegócio. Esta é uma vocação que o Brasil deve olhar com atenção. Precisamos estimular o desenvolvimento com sustentabilidade”, declarou.
O diretor-geral da ENA, José Alberto Simonetti Cabral, explicou que a OAB identificou a necessidade de aperfeiçoamento dos advogados na área de agronegócio e, para tanto, realiza o Congresso e abre um curso de extensão. “Agronegócio cresce constantemente e é um dos únicos fatores positivos em nosso país. Trataremos do tema tanto no cenário nacional quanto internacional, em temas como segurança jurídica, financiamento, garantias e contratos. Fortalecemos o agronegócio com essas iniciativas”, disse.
A senadora Ana Amélia Lemos, presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, elogiou a iniciativa da OAB em promover o Congresso, traçando em sua fala um panorama das matérias em debate no Legislativo. “Agronegócio sustenta economia brasileira, sendo que 68% de seu valor é focado em tecnologia, máquinas e insumos. É um setor competitivo, mas que enfrenta diversas dificuldades. A insegurança jurídica provoca instabilidade, por isso precisamos limpar um arcabouço legal muito complicado. OAB dá um passo importante neste debate com especialistas na área agrária e econômica”, afirmou.
Para o também senador Álvaro Dias, falta um olhar mais atencioso dos governantes ao agronegócio, que teria gerado uma balança comercial superavitária de cerca de R$ 500 bilhões nos últimos 25 anos. “Advocacia do Brasil enxerga a importância do setor para o desenvolvimento do país, mas agronegócio ainda não está pronto, faltando apoio logístico e técnico, assim como pesquisa e desenvolvimento”, disse. O parlamentar também discorreu sobre a importância da preservação ambiental com sustentabilidade econômica e social. “Compatibilizar os interesses do progresso com preservação ambiental deve ser compromisso de todos os brasileiros”, disse.
O deputado federal Lázaro Botelho, presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, explicou que a agropecuária demonstrou resiliência na crise dos últimos anos, mas que reformas são essenciais para manter o crescimento sustentável e a retomada dos investimentos. “É papel do Congresso atuar na definição de políticas pública para os setores produtivos. Buscamos, assim, contribuir de forma positiva no desenvolvimento da agropecuária”, afirmou.