“Assassinar um advogado é atentar contra a Justiça”, diz Lamachia em ato no interior de SP
Presidente Venceslau (SP) – O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, afirmou nesta quinta-feira (21) que o assassinato de um advogado em função de sua atividade profissional é um atentado contra todo o sistema de justiça. Lamachia está em Presidente Venceslau, no oeste paulista, onde é realizado o Ato pela Paz, em memória de Nilson Aparecido Carreira Mônico, assassinado no último dia 13 de maio dentro de seu próprio escritório. Os presidentes da OAB-SP e da Subseção de Presidente Venceslau – Marcos da Costa e Roseli Oliva – também participam.
O Ato pela Paz levou centenas de pessoas à Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima. O clima foi de comoção diante da morte do advogado Nilson, principalmente pelo fato de o profissional ter sido executado em função do exercício da advocacia – profissão que defende, exatamente, a liberdade e a democracia.
“Hoje é um dia de luto, mas é também um dia de luta. A advocacia não se curvará jamais diante da violência. Somente obedecemos a lei e a justiça. O Conselho Federal da OAB está acompanhando o ato e todo o desenrolar do crime. Nos colocamos desde o início à inteira disposição do presidente Marcos da Costa, da presidente Roseli e de todos os colegas da região. Acima de tudo, a OAB está dizendo que nós, enquanto dirigentes da instituição cuja história se confunde com a da democracia brasileira, não aceitamos atos como este, que agridem o Estado Democrático de Direito”, afirmou Lamachia.
Questionado pela imprensa local se o Conselho Federal da OAB pode criar leis que dificultem este tipo de crime, Lamachia ponderou que não compete à Ordem a criação de leis, mas ressaltou que “a entidade tem sugerido diversas pautas no âmbito do Congresso Nacional que buscam de forma ampla, e não apenas para a advocacia, novos encaminhamentos à violência que se presencia hoje no Brasil”.
Lamachia afirmou ainda que os níveis de violência no país são inadmissíveis. “Precisamos de mais ações verdadeiramente afirmativas, começando nas casas do sistema prisional brasileiro, onde é necessário implementar uma nova visão, e passando também pela conscientização do cidadão”, completou.