Acervo
Os
primeiros documentos que compõem o acervo foram reunidos
com o avançar das pesquisas para escrever o livro “OAB
70 anos” que conta uma trajetória panorâmica
da OAB, editado na gestão do Presidente Reginaldo Oscar de
Castro (1998-2001).
Em 2001, no início da gestão de Rubens Approbato,
o Membro Honorário Vitalício Hermann Assis Baeta foi
designado para coordenar uma equipe que faria vasta investigação
da História da Ordem. O resultado foi o plano de elaboração
de uma coleção de livros com 7 volumes. Em meio a
esta pesquisa, surgiu a idéia de criar o Museu Histórico
da OAB, pois muitas informações e materiais recolhidos
passaram a fazer parte do acervo. Evidentemente, a partir de junho
de 2003 foi desenvolvida uma campanha para recolher objetos e documentos,
principalmente junto aos ex-presidentes do Conselho Federal da OAB,
ao Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, às Ordens
regionais (Seccionais) e demais familiares de advogados ilustres.
O
acervo do Museu é composto por documentos, objetos e fotografias
que registram a trajetória da organização profissional
da advocacia no Brasil, antecedida pela fundação do
Instituto dos Advogados Brasileiros - IAB em 1843, cuja finalidade
era, conforme o artigo 2º de seus Estatutos, “organizar
a Ordem dos Advogados, em proveito geral da ciência da jurisprudência.”
Várias
foram as iniciativas para cumprir o que estabelecia o art. 2.º
dos Estatutos do Instituto dos Advogados Brasileiros. Todavia, os
interesses contrários daqueles que advogavam informalmente
(rábulas) e não desejam a vigência de um órgão
regulamentador da profissão, impediram a concretização
deste intento. Alguns dos cerca de dez projetos, tentando criar
a Ordem, que não foram aprovados pelo Congresso Nacional,
estão expostos no Museu.
A fundação da Ordem dos Advogados se deu quase um
século mais tarde, no contexto da Revolução
de 1930. A partir de então, a Ordem iniciou sua trajetória
na defesa das liberdades democráticas e dos direitos humanos
protagonizando, por mais de sete décadas, vários episódios
importantes da história do país.
Com intuito de abarcar esta trajetória de forma mais didática
e pedagógica, o Museu Histórico possui uma Linha do
Tempo, destacando os eventos marcantes da história da instituição
e sua correlação com fatos da época.
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Faça um passeio pela linha do tempo |
O espaço também abriga a reprodução
da petição original do impeachment do ex-presidente
Fernando Collor de Mello, assinado pelos presidentes da OAB e da
ABI, bem como as fotos da caminhada cívica que marcou a entrega
do documento na Câmara dos Deputados.
Sob
a guarda do Museu se encontra a mesa da funcionária Lyda
Monteiro da Silva, fatalmente vitimada em atentado terrorista por
carta bomba endereçada ao Presidente do Conselho Federal
da OAB em 27 de agosto de 1980. A Mesa de D. Lyda - restaurada à
época para que permanecesse sempre no Conselho Federal como
um símbolo contra o terrorismo - encontra-se em processo
de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional - IPHAN, como bem móvel de importante
relevância para a preservação da memória
nacional.
Algumas
das principais obras de Rui Barbosa, patrono dos advogados brasileiros,
também estão presentes no Museu, bem como o Prêmio
Medalha Rui Barbosa, criado para homenagear personalidades que prestaram
importantes serviços à causa do Direito e da advocacia.
Outros
ilustres advogados que tiveram importante papel na História
do Brasil como Sobral Pinto e Evandro Lins e Silva estão
presentes no acervo por meio de objetos pessoais, documentos e manuscritos.
Um
dos documentos que chama mais a atenção dos visitantes
é o exemplar do Habeas Corpus impetrado por Sobral Pinto
em favor do líder comunista Harry Berger, em 1937. Durante
o Estado Novo (1937-1945), Sobral Pinto foi designado advogado ex-ofício
dos presos políticos Luís Carlos Prestes e Arthur
Ewert (Harry Berger) - acusados de subversão política
pelo Tribunal de Segurança Nacional - e defendeu com brilhantismo
esses homens ao impetrar Habeas Corpus no qual ele evoca a Lei de
Proteção aos Animais em prol de assegurar a integridade
física de seus clientes, em um caso único na História
do Direito.
Enfim,
o Museu Histórico da OAB preserva uma parte importante da
memória da advocacia brasileira e da principal instituição
que a representa, deixando um legado para as novas gerações.
Para saber mais sobre a memória da OAB e da advocacia no
Brasil, acesse a página da História
da Ordem.
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