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Britto condena violência no MST e assassinatos de advogados em PE

quinta-feira, 5 de março de 2009 às 10h23

Brasília, 05/03/2009 - "Violência não tem ideologia; é crime e, como tal, deve ser condenada e punida, venha de onde vier". A afirmação foi feita hoje (05) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, durante entrevista, ao condenar tanto os atos violentos do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem-Terra (MST), que culminaram com a morte de quatro pessoas no interior de Pernambuco, quanto os recentes assassinatos de quatro advogados pernambucanos - no intervalo de menos de dois meses.

Cezar Britto reforçou, nesse sentido, afirmações do vice-presidente nacional da OAB, Vladimir Rossi Lourenço, então no exercício da presidência da entidade, que condenou o desrespeito à Lei - "venha de onde vier" - na última quinta-feira (26), imediatamente após as mortes de quatro seguranças de uma fazenda em São Joaquim do Monte (PE), supostamente pelos Sem-Terra.

"A OAB, pela voz de sua direção, condenou o crime dos integrantes do MST no primeiro instante e reitera sua condenação à violência, ao mesmo tempo em que apela para que o Estado se faça presente na intermediação desses conflitos, de modo a favorecer uma solução política justa e civilizada", sustentou Cezar Britto. Ele salientou que a crise no campo, "há muito reclama por arbitragem mais efetiva, por parte dos órgãos do Estado, pois os excessos não irão nunca favorecer uma solução; pelo contrário, a tornam mais remota".

O presidente nacional da OAB apontou também a impunidade e a ausência do Estado como principais fatores por trás dos assassinatos de quatro advogados em Pernambuco, em menos de dois meses. "Impunidade e ausência de Estado convergem para tornar o ambiente social propício à ação da violência; é a política em estado selvagem", criticou Britto durante a entrevista. Ele voltou a exigir a rigorosa apuração das mortes dos advogados Manoel Bezerra de Mattos, Antônio Augusto de Barros, Luiz Antônio Esteves de Brito e José Marcos Carvalho Filho.

Membro da Comissão de Direitos Humanos da Seccional da OAB de Pernambuco, Manoel Bezerra de Mattos foi assassinado em 24 de janeiro, na praia de Acaú, Paraíba, por homens armados. Manoel era vice-presidente do diretório do PT em Itambé (PB). Cinco dias depois, Antonio Augusto de Barros foi executado por quatro tiros de pistola em Lagoa de Itaenga, Mata Norte (PE). Na última terça-feira, o advogado criminalista e vice-presidente do diretório do PSB em Arcoverde, Luiz Antônio Esteves de Brito, foi assassinado a tiros em seu escritório na cidade. Nesta quarta-feira (04), foi assassinado em Olinda o advogado trabalhista José Marcos Carvalho Filho.

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