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Só sistema de cotas pode frear "conto do vigário educacional", diz Britto

quinta-feira, 4 de junho de 2009 às 18h42

Brasília, 04/06/2009 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, saiu hoje (04) em defesa da utilização do sistema de cotas nas universidades brasileiras e afirmou que somente por meio das cotas educacionais será possível reduzir as desigualdades e abrir acesso para que o pobre possa estudar em uma instituição de ensino de boa qualidade. "Quem chega à boa faculdade, aquela que aprova de 80% a 97% no Exame de Ordem é quem teve ensino médio e fundamental de qualidade. Naquela instituição que reprova 100% é onde está o office boy, que paga o que não pode em busca de ensino para ascender socialmente e acaba sendo vítima de estelionato educacional", afirmou Britto. "Essas faculdades de baixa qualidade, que buscam meramente o lucro, praticam o conto do vigário educacional".

A defesa ao sistema de cotas foi feita pelo presidente nacional da OAB durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), realizada no Itamaraty com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na reunião, em que foram debatidas as políticas do governo federal em vários campos, Britto destacou que só quem tem acesso hoje às faculdades de boa qualidade e, por essa razão, conseguem aprovação no Exame de Ordem e nos concursos são os que tiveram acesso a ensino e boas oportunidades de estudo.

"Só tiveram acesso a uma educação de nível os meninos que têm acesso a livros, à Internet, que falam línguas, que vão de carro para a escola. São esses os que conseguem entrar na universidade e, depois, serem bem sucedidos nos concursos", explicou o presidente da OAB. "Só será possível fazer com que também os pobres tenham acesso a este ensino se houver o sistema de cotas. Só por meio dele se poderá viabilizar a ascensão dos mais pobres por meio do saber".

Ao defender a aplicação do sistema nas universidades pública e criticar a recente decisão judicial que suspendeu as cotas nas universidades do Rio de Janeiro, Britto sugeriu que o tema seja debatido de forma ampla nas próximas reuniões do CDES. "Se não tivermos cotas educacionais no Brasil, vamos fazer com que somente daqui a 20 anos tenhamos igualdade efetiva neste país. Só poderemos corrigir essa distorção se o sistema de cotas for implementado urgentemente".

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