Advogado de traficante foi preso como delinqüente, diz Busato
Bonito (MS), 13/05/2005 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, afirmou hoje (13) que o advogado do traficante Marcio Batista da Silva (Dinho Porquinho), Laerte Gomes Carvalho, não foi preso enquanto estava no exercício da advocacia e sim na condição de delinqüente. "Ao tentar subornar uma autoridade policial, ele estava despido dos deveres e da responsabilidade de advogado. Estava agindo como delinqüente”, afirmou Busato.
A declaração foi dada pelo presidente nacional da OAB ao comentar a prisão em flagrante de Laerte Gomes Carvalho. Ele foi detido quando tentava pagar propina no valor de R$ 50 mil a um delegado na zona oeste do Rio de Janeiro, em troca da libertação do traficante.
Busato ressaltou a importância de que Laerte Gomes Carvalho seja julgado na condição de cidadão comum, que cometeu um crime na tentativa de libertar outra pessoa. Laerte foi indiciado por corrupção ativa e associação com o tráfico de drogas, mas também deverá ser julgado pelo Tribunal de Ética da Seccional da OAB do Rio de Janeiro.
A princípio, a conduta do advogado do traficante Dinho Porquinho foi totalmente incompatível com a que o advogado deve ter, segundo Roberto Busato. Após a conclusão do processo ético-disciplinar instaurado pela OAB-RJ, a pena pode culminar na perda da inscrição de Laerte como advogado. "No entanto, não acredito que ele deva ser condenado apenas com base em pena do Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94). Para mim, ele foi preso na condição de marginal, de delinqüente", acrescentou o presidente da OAB.
As declarações foram dadas pelo presidente nacional da OAB no município de Bonito, onde participa da reunião do Colégio de Presidentes dos Conselhos Seccionais da OAB das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.