OAB-PR denuncia péssimas condições de delegacias de Curitiba
Curitiba (PR), 09/05/2008 - Autoridades estaduais e municipais serão comunicadas entre hoje (09) e a semana que vem pela Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Paraná sobre as péssimas condições em que vivem os presos das Delegacias de Pinhais e São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A carceragem das duas unidades foi vistoriada esta semana por membros da entidade. Em Pinhais, onde a capacidade das celas é para 16 pessoas, estão 61 detentos, sendo 12 condenados e três adolescentes. Em São José dos Pinhais, estão 119 presos em celas onde deveriam estar apenas 36.
A situação em Pinhais é tão precária que os presos dormem por revezamento. Dezesseis presos são mantidos no corredor, que vive continuamente alagado devido à precariedade das instalações de água e esgoto. Há poucos dias, os presos que permanecem nos corredores, não tendo acesso aos sanitários das celas, tinham que evacuar em sacos plásticos e urinar em garrafas pet. O delegado Agenor Salgado Filho, que assumiu o posto há duas semanas, tenta amenizar a situação mantendo as celas abertas. Vários presos estão com problemas de micoses de pele, sarna, piolho, asma e bronquite. Dois presos disseram que estão com fraturas nos braços e pernas.
Os integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB paranaense também constataram que a área externa da delegacia oferece perigo à população. Além de estar situado bem no centro de Pinhais, o terreno está ocupado com aproximadamente 50 veículos abandonados, tomados pela sujeira e mosquitos.
Em São José dos Pinhais, o ambiente é propício para proliferação de doenças. "O local é muito úmido, cheira a mofo e a água verte pelas paredes. Os presos contam que há baratas e aranhas nas celas e ratos nos ralos. Também há falta de ventilação e não existe solário. Um preso disse aos representantes da OAB-PR que tem câncer no pâncreas e não está recebendo atendimento médico.