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OAB-RJ fará homenagem em memória à dona Lyda, vítima de atentado

segunda-feira, 24 de agosto de 2009 às 11h16

Brasília, 24/08/2007 - Há 29 anos, às 13h40 do dia 27 de agosto de 1980, por obra de grupos extremistas de direita contrários à abertura política, explodia uma carta-bomba endereçada à avenida Marechal Câmara, 210, 6° andar, centro da cidade do Rio de Janeiro. Ali funcionava o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o destinatário da correspondência era seu então presidente, Eduardo Seabra Fagundes. A chefe da Secretaria da OAB, dona Lyda Monteiro da Silva, ao voltar do almoço e abrir a carta, foi a vítima. A explosão fez tremer o andar do edifício, além de arrebentar com a mesa de dona Lyda, que veio a falecer no caminho para o Hospital Souza Aguiar. O atentado será lembrado às 11h da próxima quarta-feira (26), em homenagem que a Seccional da OAB do Rio de Janeiro prestará à funcionária e aos advogados que atuaram na ditadura militar.

A funcionária Lyda Monteiro acabou vitimada aos 59 anos de vida e 44 de serviços prestados à OAB. O atentado ocorreu quando a OAB Nacional, que tinha como presidente Eduardo Seabra Fagundes e como vice-presidente o advogado José Paulo Sepúlveda Pertence, insistia na identificação de agentes e ex-agentes dos serviços de segurança suspeitos das agressões sofridas pelo jurista Dalmo Dallari - seqüestrado em 02 de julho de 1980, em São Paulo. O que restou da mesa em que Lyda trabalhava está exposto no Museu Histórico da OAB, que pertence ao Centro Cultural Evandro Lins e Silva da entidade e está situado no Setor de Autarquias Sul, em Brasília.

À época, a funcionária Lyda Monteiro deixou um filho: o hoje professor universitário Luiz Felippe Monteiro Dias, de 53 anos. Ele perdeu a mãe, no atentado e recebe uma pensão mensal desde 2005, hoje em torno de R$ 670 mensais. Ele ganhou R$ 100 mil da Comissão de Mortos e Desaparecidos, mas tem outro processo tramitando na Comissão de Anistia.

No caso de Luiz Felippe Monteiro Dias, mais do que reparação financeira, ele deseja a verdade. "No país em que nós vivemos, não tem sentido indenizações milionárias. Agora, do ponto de vista moral, de esclarecer, vou lutar até o fim", afirmou ele, sobre o atentado que jamais ficou completamente esclarecido.

O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, destacou que a morte de dona Lyda, naquele 27 de agosto de 1980 - que desde então passou a ser Dia Nacional de Luto dos Advogados - serviu de emblema e motivação da advocacia brasileira e da sociedade civil na luta vitoriosa contra a ditadura.

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