Ophir lembra 5 anos da morte de Dorothy e afirma que sua luta não foi em vão
Brasília, 12/02/2010 - No dia em que se completam cincoanos do assassinato da missionária norte-americana Irmã Dorothy Stang, emboscada num assentamento em Anapu, sul do Pará, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante - que à época do crime era presidente da Seccional da OAB naquele estado -, afirmou hoje (12) que o trágico episódio deixa para a sociedade a dura constatação de que o problema da terra no Brasil ainda não vislumbra solução. "A morte de Dorothy apontou um caminho no sentido de que a sua luta não foi em vão; mas a demora na solução do problema da terra por parte das autoridades tem um reflexo negativo, que pode ocasionar outros conflitos no campo. É necessário que haja uma política pública mais efetiva no sentido de se fazer a reforma agrária neste país", advertiu Ophir. Para ele, falta ao país tratar o problema da terra como uma "questão de Estado".
Eis a declaração feitapelo presidente nacional da OAB, hoje, por ocasião do 5º aniversário da morte da Irmã Dorothy, executada por pistoleiros com seis tiros à queima roupa, no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA):
"Cinco anos de falecimento da Irmã Dorothy Stang serviram para que ficasse ainda acesa a chama da luta pela terra. Uma luta que até hoje não foi resolvida no Brasil, uma luta que ainda demanda um conflito entre aqueles que querem a terra e aqueles que possuem a terra. É necessário que haja uma política pública mais efetiva, no sentido de se fazer a reforma agrária neste País. A morte de Dorothy apontou um caminho no sentido de que sua luta não foi em vão; mas a demora na solução para o problema da terra por parte das autoridades tem um reflexo negativo - e um reflexo que pode ocasionar outros conflitos no campo. É fundamental, portanto, que se tome a questão da terra como uma questão de Estado no Brasil; uma questão que precisa de uma solução. É um problema complexo, certamente, mas, com uma articulação política e jurídica, haverá possibilidade de acesso à terra por um número cada vez maior de famílias e também de se garantir o assentamento com infraestrutura, para que haja uma efetiva reforma agrária neste País".