Irmãos que mandaram bomba a escritório de advogado em Goiânia são condenados
domingo, 2 de setembro de 2018 às 10h29
Brasília - Após mais de vinte horas de júri popular, os dois policiais federais, irmãos, acusados de tentativa homicídio triplamente qualificado, por mandar bomba a escritório de um advogado, ouviram a sentença. O resultado do júri foi dado na tarde desta sexta-feira (31), pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida. Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdinho Rodrigues Chaveiro foram condenados a 11 anos e 9 meses de reclusão cada um.
O caso foi acompanhado de perto pelo Conselho Federal da OAB e pela seccional goiana da entidade. Por determinação do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, o presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia da OAB, Cassio Telles, esteve em Goiânia para acompanhar o julgamento.
Lamachia saudou a decisão e afirmou que a entidade não admite que advogados sofram qualquer tipo de represália ou constrangimento no exercício da profissão. “Não existe Estado Democrático de Direito sem uma advocacia forte, capaz de fazer valer os direitos e garantias dos cidadãos”.
Ao celebrar o resultado, Cassio Telles ressaltou o empenho da seccional, que tanto por meio de suas comissões Direitos e Prerrogativas quanto de Acompanhamento Forense da Seccional, que acompanharam o caso de forma permanente. Ele ressaltou, ainda, o empenho do presidente Lúcio Flávio e do vice da seccional, Thales José Jayme, que inclusive atuou como assistente de acusação.
“A punição é uma resposta da Justiça à sociedade, desencorajando qualquer ataque a Advocacia. O Walmir prestou um grande serviço à classe, se dispondo a buscar a punição aos culpados, porque neste júri ficou claro que nada justifica confundir advogados com clientes, e quem atenta contra um advogado ou uma advogada tem o repúdio e a solidariedade de toda a Advocacia brasileira, através da OAB”, destacou Cassio Telles.
"A Seccional goiana da Ordem, desde que tomou conhecimento do fato, agiu de imediato para elucidar os acontecimentos e, posteriormente, comunicou o Conselho Federal. Reafirmamos os compromissos com a plenitude, independência e efetividade do direito de defesa que a advocacia exerce em favor da sociedade”, aponta Cassio Telles.
Coordenação Nacional
Recentemente, na sessão do Conselho Pleno da OAB Nacional realizada no início de agosto, foi informada a criação de uma Coordenação de atuação nacional para buscar identificar as possíveis causas da crescente onda de violência que assola a advocacia, causando – inclusive – dezenas de assassinatos diretamente ligados ao exercício profissional.